No dia 17 de Novembro de 2014 realizou-se a vigésima oitava sessão do projeto “EU no musEU”, esta sessão marca o início de um novo ano de projeto, nomeadamente o de 2014/2015.

Visto que em  2015 celebra-se o Ano Internacional da Luz e de tecnologias baseadas na Luz
(IYL 2015), as sessões do do projeto “EU no musEU” serão dedicadas a esta temática, tendo por base as obras de arte do MNMC e a colaboração de diferentes profissionais que a nós se juntam neste novo ciclo de atividades.

A Luz enquanto elemento central da vida humana, reflete-se no que vemos, no que comemos, no ar que respiramos, na forma como identificamos os outros. Através da luz natural, e/ou artificial, é possível ver melhor uma obra de arte. Recorrendo às características físicas do espectro eletromagnético, e com os avanços das tecnologias da luz, hoje em dia é nos permitido ver além do visível, na estrutura mais íntima da obra de arte e do processo criativo do artista.

A dimensão humana cria porém outros significados para a LUZ: a divina, a simbólica, nomeadamente a que remete para a tradição judaico-cristã. O Sol de Clara de Assis é a estratégia a que nos propusemos para abordar a dimensão divina da Luz, através da interpretação do painel central do Tríptico de Santa Clara, “Santa Clara e o Milagre da Custódia”, de produção hispânica, dos finais do século XV.

Pouco antes de nascer Santa Clara, rezando a sua mãe a pedir feliz parto, ouviu um voz que lhe dizia: “Mulher, não tenhas medo, porque darás à luz quem, com as suas chamas, iluminará o mundo.”

Esta é a razão porque depois se deu à menina o nome de Clara: Aquela que resplandece.

Partindo da luz sobre a obra e da leitura da composição, foram usadas diversas abordagens que, em última análise, se propuseram a revelar o designado invisível: o desenho subjacente, com recurso a documentação recolhida dos exames efetuados ao tríptico entre 2008 e 2010.

O grupo dos cuidadores informais foi convidado a explorar o tema da “Criação do Mundo”, numa primeira abordagem através do 1º livro da Bíblia, o Génesis, seguida de uma apresentação elaborada por Carlota Simões, em que os cuidadores foram convidados a conhecer o astrónomo e matemático Johannes Kepler (1571-1630) e as suas suas leis da mecânica celeste, tendo ainda abordado alguns conceitos relacionados com a Astrologia e os signos do Zodíaco, através das Constelações de Carneiro a Peixes.