No dia 9 de março de 2015 realizou-se a trigésima segunda sessão do projeto “EU no musEU” onde os participantes foram convidados a explorar o tratamento da luz característico da pintura barroca comparativamente ao período estilístico anterior – o Proto barroco – na coleção de pintura do MNMC.

Inicialmente comparou-se a pintura óleo sobre tela “Última Ceia” (MNMC2483) de Bento Coelho com a pintura a óleo sobre tela “Investidura de Santo Ildefonso” (MNMC2629), de André Gonçalves.

A pintura tenebrista espanhola influenciou a pintura portuguesa proto barroca (em Portugal detetável a partir do segundo do séc. XVII até meados do século seguinte) sobretudo através de pintores prolíficos (com numerosa obra pictórica, e.g.: Bento Coelho da Silveira, Baltazar Gomes Figueira e Domingos Vieira, o Escuro) a trabalhar para as igrejas dos conventos e colégios das cortes provinciais, nomeadamente Vila Viçosa, Óbidos, Coimbra e Évora, para além de Lisboa.

À preparação escura da tela, para acentuar as diferenças entre claro e escuro, contava-se, ao nível da mensagem com temas de martírio para a redenção, com séries da vida pública de Cristo ou dos Santos, com a mensagem da redenção através da penitência, ou ainda, fora dos temas sagrados, com luxuriantes naturezas mortas, ou cenas de corte, de menores formatos.

Após a Restauração e paulatinamente a pintura portuguesa vai seguindo o fulgor e alegria da “festa barroca”, sobretudo durante o reinado de D. João V (1639-1750) que, ao fazer construir o seu monumental palácio-convento em Mafra contribui para a renovação da artes em Portugal, inclusivamente chamando grandes pintores italianos para pintar na sua igreja, como por exemplo Masucci, Giaquinto, Trevisani, Battoni e alguns bolseiros portugueses em Roma, entre os quais se destacaram Vieira Lusitano (1699-1783) e Inácio de Oliveira Bernardes. Com os últimos trabalhou André Gonçalves (1685-1762), autor da pintura em análise, “A investidura de Santo Ildefonso” ou “A Virgem entrega a casula a Santo Ildefonso”.

No final da sessão os participantes foram convidados a visitar à reserva de pintura do MNMC para conhecer as outras obras do pintor André Gonçalves, e outras pinturas barrocas.

O grupos dos cuidadores informais por sua vez, com o convidado João Pedroso de Lima, explorou a temática “Radiação e técnicas de imagem médica” cujo mote foi realizar um percurso através dos recursos de diagnóstico pela imagem existentes no presente e utilizando diversos tipos de radiação, onde são realçados os aspetos básicos mais importantes das diversas modalidades, referidas as propriedades avaliadas e o seu interesse diagnóstico. Numa segunda parte realizaram dinâmicas de grupo sob a orientação da convidada Mafalda Vergueiro.